quarta-feira, 5 de março de 2008

O Lado Forte do Frágil


Com o dia internacional da mulher próximo, vamos espiar o que ocorreu desde então. Esse dia foi conquistado pelas próprias mulheres quando, em 8 de março de 1857, trabalhadoras de uma indústria de vestuário e têxtil de Nova Iorque foram às ruas exigir melhores condições de trabalho. Tal evento não acabou bem, mais de cem mulheres foram trancafiadas na fábrica e queimadas vivas. Apesar de haver controvérsias e outra versão para os fatos, essa é a história mais conhecida. Mais tarde, durante a II Conferência Internacional de Mulheres, realizada na Dinamarca, em 1910, a alemã Clara Zetkin, propôs o dia 8 de março para o dia da mulher, em homenagem às operárias que morrem em Nova Iorque e assim ficou.
A data passou a ser comemorada em muitas partes do mundo e nesse dia, inúmeras mulheres se reuniam para discutir sobre seu papel na sociedade atual. Com o tempo essa festa esfriou, porém o feminismo na década de 1960 trouxe de volta as comemorações. Em 1975 o dia foi declarado internacional e passou a contar com o apoio da Organição das Nações Unidas (ONU).
Está presente no passado nomes de mulheres que mudaram seu tempo e influenciaram o mundo futuro. Entre alguns exemplos podemos encontrar figuras marcantes antes mesmo de Cristo, como Cleópatra; passando por Hatshepsut, cuja audácia fez dela a mulher mais importante a governar o Egito; e para citar nomes mais recentes temos Catarina I, alemã, proclamada imperatriz da Rússia no século XVIII; temos também a rainha Elizabeth e rainha Vitória ambas da Inglaterra e ambas com conquistas históricas; rainha de Sabá; Isabel I de Castela; e não podemos esquecer mulheres que não foram rainhas ou princesas, mas foram tão notórias quanto. É o caso de Joana D’Arc.; Anita Garibaldi; Tarsila do Amaral; Cecília Meireles; Chiquinha Gonzaga; Maria Montessori; Rosa Luxemburgo; Marie Curie; Agatha Christie; Rachel de Queiroz; Frida Kahlo; Madre Teresa; Irmã Dulce; Evita Perón; Anne Frank; Toni Morrison; Mary Shelley. São tantos nomes, muitas histórias as quais não cabem em um simples texto. Seja em qualquer parte e em qualquer arte, sempre houve e haverá mulheres dispostas a revolucionar seu meio. Dignas de respeito e merecedoras de direito.
Como nem tudo é festa, as mulheres sofreram para chegar ao reconhecimento. Vistas apenas como reprodutoras e senhoras do lar, elas não tinham direito a opinião, ao voto, ou nem mesmo a ter amigos. Elas já foram condenadas por sua beleza, reduzidas por sua inteligência e menosprezadas pela suposta fraqueza. Foram séculos de lutas e mortes, e hoje século XXI, são reconhecidas e respeitadas. Tudo bem que machões não foram extintos e ainda há desigualdade na carteira de trabalho, contudo, não se pode deixar de olhar pra trás e ver um caminho de conquistas.
Poderia encerar o texto aqui, mas se me permitem, gostaria de citar mais um nome que não consta nos livros. Um nome comum de uma mulher nada menos que vencedora. Ela se chama Dra. Ana Maria de Oliveira. Natural de Quixadá, Ceará, chegou a Goiânia ainda menina, para estudar e ter um futuro descente. Veio de uma família socialmente desfavorecida. Além de estudar tinha de trabalhar para se manter na cidade. Sofreu, cansou, lutou e nunca desistiu. Ana estudou em escola pública e fez faculdade de medicina na Universidade Federal de Goiás. Foram tempos mais difíceis e exaustivos e ela continuou firme em sua escolha. Ana fez uma meta, e conseguiu, com maestria, cumpri-la. Ao término da faculdade começou seu Mestrado e a construção de sua família. Ao entrar para o Conselho Regional de Medicina (CRM), passou pela tesouraria até chegar à presidência, hoje ainda faz parte do conselho. Seu doutorado é a da Universidade do Porto, de Portugal. Ana é um exemplo de pessoa, nesse mundo onde a maior parte delas se esquece dos sonhos e desistem fácil.
Para o dia da mulher fica então, marcado aqui, alguns adjetivos que definem como é a pessoa de Ana Maria de Oliveira. Uma mulher que fez, e continua a fazer história em seu meio. Excelente profissional, amiga excepcional e vitoriosa sem igual.